quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Conto

Eu escrevi um conto.

Um conto ótimo, que tinha idas e vindas, não falava de amor, nem de amizade, nem dos outros demais sentimentos tão importantes nessa vida. Meu conto não falava sobre sentir, não falava sobre viver, mas era um conto, anyway.

No meu conto eu não falava sobre ninguém em particular, nem sobre mim. Não falava sobre a minha vivência com as pessoas, como elas me alegram ou me machucam, como elas me curam. Era um conto, na verdade, que não falava sobre pessoas, de qualquer cor, tamanho ou religião, mas era um conto, anyway.

Este conto, olha que engraçado, também não falava sobre experiências. Não contava histórias, não narrava fatos, não tinha uma moral, e, sinceramente, não tinha início, meio e fim. Parecia uma coisa meio jogada assim, na sorte, que aconteceu. E mesmo sem nenhum indício de tempo ou espaço, era um conto, anyway.

Não falava sobre tecnologias ou coisas que existem, não falava sobre coisas inventadas, tampouco. Uma mistura de ambos, talvez, um toque de realidade e de imaginação. Porque minha imaginação sempre vai longe, em qualquer texto que eu resolva escrever. Mas esse conto era especial, porque a realidade e a imaginação estavam tão misturadas, tão pertencentes uma à outra, que não se diferenciava. Mas hey... de qualquer forma, quer você goste da mistura ou não, era um conto.

Um conto sem valor, sem palavras bonitas, sem apreço, sem qualidades e sem defeitos. Sem uma moral pra história, sem um sentido para existência e que também não procurava um sentido para existir. Um conto que muitos achariam tão difícil de acreditar no que estava escrito ali, mas aconteceu. E não aconteceu, na verdade, a mistura de realidade e tudo mais.

O meu conto tinha saudade. Uma saudade gigante e inexplicável, uma saudade dolorida, uma saudade forte, apertada, parecia sufocar cada palavra ali escrita. Saudade de existir, sem nunca ter existido. Saudade do que foi, sem nunca ter sido. Saudade do que sentiu, sem nunca ter sentido.

A coisa mais triste do meu conto é que ele ganhou vida própria e saiu por aí. E sinto falta do meu conto, porque ele foi o mais perfeito que eu já escrevi.

5 comentários:

Andarilho disse...

Como assim, o conto tinha saudade mas não falava de "sentimentos tão importantes nessa vida"? Saudade seria o que então?

Acho que vc anda mentindo muito pra si mesma.

Ana disse...

éeeee...tb acho, Andarilho!
Mas, xará, vc continua escrevendo mto bem!
beijão

Ana P. disse...

Andarilho, saudade não é um sentimento, pelo menos não pra mim. É mais um estado de espírito. Meu conto estava no estado da saudade. Passou, passou...

Ana: brigada pela parte que me toca, mas desconfio, aqui de mim, que não seja mto verdade... =(

André disse...

se fué

Sardinha Mestre disse...

"Ana: brigada pela parte que me toca, mas desconfio, aqui de mim, que não seja mto verdade... =("

se tu escreve mal o q eu escrevo são rabiscos de uma criança na pré-escola :p

pré-escola é junto ou separado??