domingo, 29 de março de 2009

A primeira camisinha

Cada um que lembre de suas primeiras vezes e que compartilhe com bem entender. Eu hoje vou compartilhar com vocês a primeira vez na minha vida em que eu vi uma camisinha.

Quando jovem, isso a partir de uns oito, nove anos de idade, eu já lia revistas do tipo da Carícia [que acredito nem mais existir], que eram revistas para adolescentes do sexo feminino, que falavam basicamente de sexo e garotos. Portanto, muito nova eu já sabia coisas relevantes sobre sexo, gravidez, AIDS, relacionamentos, e toda essa baboseira que hoje em dia, revistas como a Atrevida ou a Capricho sabem falar tão bem [ou não]. Mas nunca havia tido nenhum contato com nada desse tipo [a primeira vez que eu beijei um garoto foi com 14 anos, meu primeiro namoro, e consequentemente a primeira vez no sexo foram aos 18 anos].

Estava eu, jovem, na 5ª série do ensino fundamental, quando nossa professora pediu um daqueles trabalhos básicos que todo mundo que já estudou na vida, fez ao menos uma vez: trabalho sobre drogas e AIDS. Assim, tudo junto mesmo, numa coisa só. Numa época em que meus irmãos me proibiram de ver Kids e Eu, Christiane F. [e que só muitos anos depois eu fui ver o filme e ainda ler o livro]. Enfim, tínhamos um grupo de aproximadamente seis garotas [não lembro ao certo], e nos encarregamos de fazer as pesquisas em livros e revistas que tivéssemos acesso [é, naquela época, trabalho era feito na biblioteca, não na internet].

Daí que uma das meninas teve a ideia de chocar um pouco no trabalho, e fazer um cartaz sobre a AIDS com camisinhas coladas! Well, que todas nós achamos a ideia massa, mas... aonde encontrar camisinhas? Lembrando que o fato de ser 1995, de morarmos na perifa e sermos jovens mocinhas, não era muito normal pra época chegarmos na farmácia e falar "tio, quero camisinha" [na época não ficava pendurada igual fica nos mercados hoje em dia]. E nenhuma de nós queria se expor desse jeito [e se a mãe fosse na farmácia no dia seguinte, o que o homem num ia falar???].

Resultado: fomos todas, eu disse TODAS [umas seis, sete garotas, não lembro ao certo] na farmácia, pedir ao vendedor uma camisinha. Lembro que ele disse que não vendia uma só, era no mínimo um pacote com três, e então compramos as três camisinhas, pagamos e saímos correndo, rindo, rindo. Uma coisa que eu meio que sabia sobre camisinhas, mas não tinha certeza do que significava, era que elas eram lubrificadas. Pois bem, chegamos na casa de uma das meninas, que estava sozinha àquela hora [a mãe ainda num tinha chegado] e abrimos uma das camisinhas... QUE NOJO!!! Toda melada, nojentinha, com uma gosma que a gente num sabia o que era, então resolvemos lavar a camisinha pra poder colar na cartolina.

Resultado, colamos uma camisinha "fechada" [ainda enrolada] e uma "aberta" [desenrolada, como ficaria num pau], escrevemos alguns dados sobre a AIDS na cartolina e apresentamos o trabalho. Detalhe que, achamos que tínhamos que fazer a mesma coisa para o cartaz das drogas, e colocamos um tantinho de farinha de trigo, enrolada num saquinho plástico, como num papelote transparente, e colamos na cartolina.

Lembro que toda a sala ficou perguntando se aquilo era droga mesmo, e se a gente pegou camisinha usada, como é que usava, e pans.

Daí até a outra vez que eu vi camisinha novamente ao vivo, em cores e de perto, se passaram... sete anos. Mas até aí já tinha visto na tevê, demonstrações de como usava e tudo mais. Mas sei que o nosso trabalho sobre AIDS foi pioneiro na nossa escola, e óbvio, tiramos nota dez [apesar dos protestos da professora quanto ao "papelote" de droga!].

De lá pra cá, a vergonha diminuiu muito, pelo menos em relação a isso. Não tenho vergonha nenhuma de ir na farmácia comprar camisinha, e não faço nenhuma cerimônia se o moço não tiver camisinha. Não carrego sempre na bolsa [visto que minha vida sexual e a vida sexual de uma ameba são bem parecidas], mas quando eu sei que poderá ser necessário, eu tenho sempre ao alcance.

Porque apesar de muito homem tonto achar que não precisa, eu acho que precisa sim. Não só pra evitar filho, mas para evitar X doenças sexualmente transmissíveis. E eu acho que toda criança tinha que ter esse contato com a camisinha, porque não é à toa que vemos aí muitas meninas de onze, doze anos grávidas.

Ainda se a gravidez fosse o maior problema...

17 comentários:

Vanessa disse...

Eu lia Capricho! hehehe! E tinha uma revistinha de zodíaco também, e todas de rock que tinham na época!
But whatever, camisinha é sempre bom, mas nem sempre usada.
A velha história do "nunca vai acontecer comigo", até que acontece com alguém próximo a você, e POOF! Acordemos para a realidade.

=)

Perdido disse...

Eu prefiro não comentar.

Mas o post fez eu "viajar" (e dar risada também, claro)

thiagomocci disse...

Eu nunca usei, tenho 16 anos ainda. Mas hoje em dia ver é fácil, muitos na minha idade usam. Enfim.

Andarilho disse...

Nossa, lendo o post, me dei conta de que faz muito tempo que não vejo uma camisinha tb.

É, minha vida tb anda como a da ameba.

Zaranza! FunZine!!! disse...

kkkkk
Me lembro da primeira vez que vi uma, na verdade nem sabia o que era, estava em um supermercado, com minha mãe, estava com uns 8 anos também, e aquela caixinha escrita "testadas eletronicamente" ficou martelando em minha mente...
E teve uma segunda vez que eu vi camisinha sem saber o que era... estava no interior passando férias e encontrei um pacote de camisinhas coloridas, achei que fosse bala e pedi pra minha tia, ela constrangida guardou e falou que nao era de comer...
Mas depois descobri que era pra comer sim rssss

Ana P. disse...

Vans: desde que vc LIA, no passado, tá ótemo! ahahahahahahahahaha! Pq essas coisas queimam nosso filme de mulheres cultas, huahuahuahuahuahuahua!

Perdido: aahhhhhh eu sei que vc tá se coçando pra comentar! Afinal, a primeira camisinha a gente nunca esquece!

Koster: bom, vc pode nunca ter usado, mas visto ao vivo e em cores... já viu? Eu recomendo, pegue a camisinha, desenrole, teste com a banana [a fruta]... pra quando chegar na hora, vc num fazer como certas pessoas que eu conheci na vida, e num saber nem o que fazer!

Andarilho: não sei, mas sinto que a gente precisa dar uma incrementada nessa vida sexual. Eu particularmente, estou há 3 meses sem ver camisinha. Triste, muito triste isso...

Zaranza: welcome! Essas vergoinha nunca fiz ninguém da minha família passar, mas lembro que, pelo menos na embalagem, eu já tinha visto nas gavetas dos meus irmãos. Aliás, sobre isso tenho histórias engraçadas pra contar, mas fica pra outro dia!

:)

Andarilho disse...

Ah, que se foda, eu vou resolver o meu problema com 'profissionais'.

Ana P. disse...

Nhá... eu num tenho essa opção. Por falta de tempo, de dinheiro e de coragem! HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA!

Mas vá fundo, xuxu, eu te dou todo apoio moral e cívico.

Perdido disse...

Koster, se não souber o que fazer, põe na boca e assopra, faz uma bexiga.

Maha disse...

hahaahah Essa foi boa!! Me fez lembrar do meu primeiro contato com a camisinha.. Tirei do envelope desenrolei, olhei, estiquei e pensei: caracas!! Isso vai apertar o pimpão (leia-se pintinho) hahahahahaha

O que importa é usar sempre!

bjss

Ana P. disse...

Perdido: acho que pra isso inventaram,... A BEXIGA!!!

Maha: sabe que tem mto homem que usa essa desculpa, né? "ah, aperta"... já fiz um desanimar comigo pq eu comecei a rir e disse "colega, vamos e convenhamos que o seu num é tb tão poderoso, ahn????". Eu tinha avisado, sou sincera!

iILÓGICO disse...

O tipo de reprodução mais comum entre os sarcodíneos é a bipartição. Nesse tipo de reprodução assexuada, a célula se divide, dando origem a duas células-filhas, com a mesma informação genética da célula-mãe. Porém, a ameba também é capaz de se reproduzir sexuadamente. Acontece que certos vírus, ao infectarem as amebas, saírem e infectarem outras, levam um pouco do material genético de uma até a outra. Esta outra, então, frente a mais material genético do que ela necessita, é obrigada a dividir-se, gerando um novo indivíduo.

De qual ameba você tá falando...?

A primeira camisinha que eu usei foi uma luva destas de médico... usei a do dedão é claro...ah! e não tinha ninguém pra me ajudar...kkkkkkkkkkk

Pamela Lima disse...

Também fiz um trabalho sobre AIDS na época, eu e umas meninotas ficamos com a parte de DST: só imagens feias, horrendas, retiradas de empoeiradas enciclopédias. Figuras coladas em cartolinas, com direito a babado de crepom nas bordas uhauhauha!

Eu lia Carícia e NOVA (minha mãe assinava e eu pegava escondida). Lembro da primeira vez que eu li sobre masturbação na NOVA! Eu tinha uns 7 anos. Você não tem ideia de como isso ficou na minha cabeça durante anos, uhauhauhauh, porque eu NAO ENTENDIA de MANEIRA ALGUMA o que isso queria dizer , de fato, e porque afinal as pessoas faziam aquilo.


adorei! auhuahuhauha morri de rir aqui!!!

Márci disse...

Ahahahahaha !

No nosso tempo de menina as coisas eram bem mudadas...hj em dia é bem comum mesmo ver camisinha pendurada até no caixa do açougue.

A primeira vez que peguei uma camisinha foi quando distribuiram na escola, eu devia ter uns 12 anos, aí eu guardei e colei na minha agenda...Certa vez minha mãe viu e me deu uma mega bronca...e ainda falou pro meu pai...e me disseram que isso era muito feio.

Zuado.

Chico Mouse disse...

Tô contigo, nêga... A minha vida sexual quando adolescente era igual à de uma ameba tb... Tanto é q só fui usar mesmo com uns 18 ou 19 anos...

Até então, só usava pra fazer balão! hahahah! [morri]

Ana P. disse...

Marcos: não leve tão ao pé da letra tudo o que eu digo, hehehehehehehehe! Quando eu disse "vida sexual de ameba" eu quis dizer, inexistente. Capicce? Não tenho vida sexual. Agora, vamos lá: luva de médico? Quantos anos vc tinha, benhe??? hahahahahahahahahha! Dúvida cruel que surgiu!

Pamela: meu, tinha esquecido do babado de crepom, era ÓTIMOOOO!! Não usamos nesse trabalho, mas que coisa, não... saudades do tempo dos trabalhos fáceis, simples e esteticamente HORROROSOS! Comecei a ler Nova com uns quinze, dezesseis anos. Mas a essa altura do campeonato, eu já sabia o que era masturbação.

Má: COLAR CAMISINHA NA AGENDA!!! ahuahuahuahuahuahuahua! Amiga, sério, só você mesmo! MInha mãe NUNCA SOUBE dessa história desse trabalho, e meu pai deve achar que até hoje eu num faço a menor ideia do que é camisinha. Mas eu tenho várias guardadas no guarda roupa, da Parada Gay, lembra??? Vai vencer aquela merda e eu nunca vou usar, ahuahuahuahuahuahuahua!

Chico: A sua vida sexual DE ADOLESCENTE. Eu já não sou mais uma adolescente, beibe... tenho 25 anos, e uma ameba, segundo o Marcos, transa mais do que eu! uahuahuahuahuahuahuahuahuahuhaua!!!!

jujudeblu disse...

É, também lia N revistas e pesquisava tudo na biblioteca! Era bacana ir à biblioteca fazer trabalhos, viu!
Mas... eu não lembro quando foi que eu vi pela primeira vez uma camisinha. Não lembro mesmo.
Sei que já ganhei muitas e como raramente são utilizadas elas ficam guardadas até sumirem só Deus sabe como! [mistérios]